23 de fevereiro de 2011

Criança morre esmagada por trave de futebol no planalto

trave de futebol



A dona de casa Hildete Firmino dos Santos, 39 anos, teve somente filhos homens. No entanto, sempre teve um desejo ardente de ter uma menina. Por isso, criou sua neta, a estudante Micaele Pereira de Medeiros, 8 anos, como se fosse sua própria filha. Assim sua tristeza foi duas vezes maior, ontem pela manhã, ao saber que a menina havia morrido ao ser esmagada por uma trave de futebol de ferro que caiu sobre ela, em um terreno baldio da Rua Santo Onofre, no bairro Planalto, Zona Oeste de Natal. "Pelo jeito, não era para eu ter uma filha. Nem dada por Deus ou dada pelos homens", lamenta.


Menina, sepultada ontem, teve a cabeça esmagada e fratura na coluna Foto: Paulo de Sousa /DN/D.A.Press
Hildete conta que, por volta das 7h de ontem, sua neta foi sozinha à padaria na rua vizinha, como de costume. "Ela gostava de ir, insistia para fazer isso". No entanto, depois de alguns minutos sem retornar, o fato incomodou a avó da criança. "Fui então atrás dela. Passei pelo campo e não a vi. Cheguei na padaria e voltei e mesmo assim não vi nada. Quando cheguei em casa, comecei a rezar. Foi aí que chegaram com a notícia de queminha menina tinha morrido".

O corpo da menina foi encontrado em um campo de futebol improvisado. Ela teve a cabeça esmagada por uma trave de ferro, qua ainda provocou a fratura da coluna, à altura do pescoço. Ninguém presenciou o fato, mas acredita-se que Micaele tenha tentado se pendurar à trave e ela caiu por cima da garota. O corpo foi levado ao Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep). Depois disso, a menina foi velada na casa da bisavó, também no Planalto, e sepultada ontem à tarde no cemitério do Bom Pastor.

Hildete conta que um de seus filhos teve a menina de um relacionamento enquanto adolescente. Depois de nascida, Micaele foi criada pelos avós. "Ele tem agora outra família e eu fiz questão de ficar com a menina para mim". A criança era estudiosa e brincalhona, sempre prestativa com a avó. "Dava-me algum trabalho, mas nada grave. Era como toda criança". A garota estava no 3º ano do ensino fundamental. A dona de casa sente bastante a morte da menina, pois "era como uma filha que eu não pude ter. Meus filhos são todos homens e já estão crescidos. Agora vou ficar sem minha menina.