Dos 222 convênios cancelados no mês passado, a maioria está ligada à saúde pública. Segundo o presidente da Femurn, Benes Leocádio, no total, são 110 contratos celebrados com esse setor da administração e que se traduzem em obras de construção, reforma e manutenção de hospitais e unidades de posto de saúde. A prefeita de Touros, Luciana Farias (PPS) relatou que a situação do município é preocupante pois, dos R$ 420 mil garantidos pelo convênio para as obras de reforma do hospital da cidade, o estado repassou apenas R$ 210 mil. "O hospital está funcionando pela metade. Quando ficasse pronto, teria 32 leitos e agora tem cerca de 12. Teremos que encaminhar as pacientes que vão ter bebê para Natal, pois não temos condições de atender", declarou.
Segundo a prefeita, a unidade hospitalar atende, além de Touros, pacientes dos municípios de Rio do Fogo, São Miguel do Gostoso e Pureza. "A situação está pior do que antes da reforma", afirmou Luciana. Além da saúde, a prefeitura havia celebrado outro convênio de pavimentação, no valor aproximado de R$ 500 mil, dos quais foram repassados R$ 230 mil. "Não temos dinheiro na cidade. Os 44 repasses de FPM foram zerados. Sei que o governo também enfrenta dificuldades, mas todos os casos não podem ser tratados da mesma forma", argumentou a gestora.
O município de Afonso Bezerra também relata problemas. O prefeito Jackson Bezerra (PSB) informou que a cidade se preparava para receber dois novos centros cirúrgicos, mas, por falta de repasses, as obras não foram iniciadas. "O total desse convênio era R$ 190 mil, mas só foi repassado 50% do valor. O dinheiro foi usado para compra de materiais", afirmou. Além das unidades de saúde, o prefeito informou que o município estava para receber R$ 130 mil para recuperação de um centro de convivência, orçado em 130 mil, mas só foram repassados 66% do valor. Obras de drenagem, no valor de 400 mil também fazem parte de um dos convênios de Afonso Bezerra, mas, segundo o gestor, chegaram apenas R$ 180 mil.
No caso de Goianinha, são sete convênios, mas, segundo o prefeito Junior Rocha (PMN), o mais preocupante é o de pavimentação, que teve apenas uma parcela do dinheiro liberada pelo estado. "O total é de R$ 729 mil e o estado repassou R$ 240 mil", afirmou. Segundo o gestor, desse total, o governo teria obrigação de enviar R$ 600 mil, e os R$ 129 mil restantes são a contrapartida do município. "Nós temos esse valor para pagar a contrapartida. Por isso acho que o governo deveria rever alguns casos. Nossa preocupação é porque já iniciamos a obra e podemos perder o que já foi feito", disse.